setembro 30, 2005

de mim

"Se soubesse pintar (mas não sei) faria o meu auto-retrato a olhar para ontem, ou para dentro, ou para outro lado. Distraído-concentrado, presente-ausente, um não sei quê."

(Manuel Alegre)


porque nunca ninguém me descreveu de modo tão perfeito. a única diferença é que não olho para ontem. na maioria das vezes, a minha ausência olha para a saudade de algo que não sei o que será. mas que me faz parte de mim. de ser como sou... presente-ausente.




(ao Gonçalo, que a esta hora deve andar a vaguear pelas ruas do Porto.)

freeze



a necessitar urgentemente de congelar o tempo, entre as 5h e as 6h30m. este mesmo intervalo também pode ser apagado das 24h diárias.


[uma semana inteira a acordar por volta das 5h para depois não tornar a dormir, deixa-me louca.]

setembro 28, 2005

para ti, minha querida Pucca

"onde os meus pés estiverem,
aí estará a minha raíz para me sustentar,
para me erguer e me lançar nas asas do vento,
da chuva e do sol.

quando o meu chão se abala e estremece,
é a minha raíz sacudindo os galhos, os frutos e os talos...
que só a lucidez já me quis...

e quando o meu ódio é frio, e o meu amor é ardente,
são as asas da vida equilibrando os planos...

e quando a minha voz faz questão de dar o meu segredo,
e o meu coração revelar os meus desejos,
são os palcos da vida levantando os panos...

aonde a razão me levar, sob o chão estará a minha raíz,
para me fortalecer, me fortificar, romper, perdoar ou calar,
e se um dia o meu sol se esconder,
é que a noite também vive em mim,
e a lua virá para alternar as minhas marés,
e as estrelas guiarão os meus pés...

e quando o que em mim é sagrado se torna profano,
é que,
anunciada a vida,
há um querer mais cigano,
é que a luz dessa noite me quer com mais clareza,
e nas veias do mundo
eu sou sangue que alimenta, eu sou coragem!

as estradas da vida são uma eterna coragem,
e aí se revela a minha natureza..."


(de Ana Cunha, 1991)



porque a vida é um constante caminhar. até serem findas as horas. até ser dia chão.

sei que vais compreender a mensagem....*

[gosto muito de ti.]

setembro 27, 2005

considerações de uma gaja a ver o jogo Manchester-SLB, ao intervalo

uma gaja,

benfiquista desde que se conhece,
proibida pelo irmão de ir ao Estádio da Luz, porque, cada vez que lá vai, o benfica empata,
que nunca vê os golos nos estádios, porque se distrai com os pormenores,
que dos jogadores actuais do benfica só conhece o Moreira, o Mantorras, o Nuninho, o Petit e o Simão,
que ainda se lembra da equipa completa de há uns anos atrás, e não esquece o Paulo Sousa (suspiro)
que já não liga tanto ao futebol, a não ser em grandes jogos,

dizia,
uma gaja, em pleno jantar, senta-se em frente à TV para ver o jogo entre o Manchester United e o Glorioso e o que pensa? (leia-se, pensamento de gaja) :

- o benfica tem tanto jogador louro. e, num lance, entre dois jogadores, e referem que um deles é o Petit. pensa ainda que ele pintou o cabelo.

afinal era o Schoels (ou lá como se escreve o nome do senhor). afinal é a equipa do Manchester que veste o vermelho. afinal a gaja tem é que torcer por uma equipa vestida de azul (é azul, não é?). mas distrai-se e começa a seguir as jogadas dos vermelhos. conseguiu não gritar golo (1-0). estava distraída com outros pormenores.


[é a vida. tenho a alma pintada de vermelho.]

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adenda:

conseguiu não gritar golo, quando o Glorioso empatou, pelos pés do Simão. estava distraída com os pormenores deste post, os links.

setembro 24, 2005

aaahhh bonzão (*)


e já vão 5!



[(*) especialmente dedicado à Marlene]

setembro 22, 2005

things to remember, tomorrow

(ou um post-it to myself)

  1. não esquecer de ler o blog pela manhã
  2. o verão acabou
  3. saber se o mano vem jantar cá a casa
  4. pensar no que hei-de fazer para o jantar
  5. comprar o jantar, na hora de almoço
  6. marcar consulta no dentista (cuidado com o pão. às vezes traz brinde incluído. uma pedra. e um dente partido)
  7. (o mais importante) quando chegar a casa, calçar uns chinelos fechados
  8. o verão acabou
  9. não esquecer de ler o blog ao final do dia, quando regressar a casa
  10. o verão acabou
  11. o verão acabou
  12. o verão acabou

found



a melhor série que vi nos últimos tempos.
inquietante.











a rtp vai repetir os 3 últimos episódios no próximo domingo, e eu fico a aguardar pela season 2. ansiosamente. se houver season 2.

setembro 20, 2005

please, please, please

o Chris Martin pediu-me para saber se ainda há bilhetes à venda para o concerto dos Coldplay, no Pavilhão Atlântico, no próximo dia 23 de novembro. o Chris quer muito que eu vá. e também espera a presença delas. e nós não gostaríamos de o desapontar. portanto, só aceitamos uma resposta:

"sim, ainda há bilhetes à venda!"

agora repitam comigo:

"sim, ainda há bilhetes à venda!"

setembro 19, 2005

happy endings

gosto. muito. sou uma romântica incurável.

o que se traz dos regressos, III

- a paisagem da minha janela de Viseu nunca mais vai ser mesma. o imenso verde e o enorme pomar foram substituídos pelo castanho e pedras queimadas.

- renovada. o (nosso) amor é destas coisas.

- certezas. cada vez mais.

setembro 07, 2005

Fernando Pessoa II

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

(Alberto Caeiro)

Fernando Pessoa I

"As nuvens são sombrias
Mas, nos lados do sul,
Um bocado do céu
É tristemente azul.

Assim, no pensamento,
Sem haver solução,
Há um bocado que lembra
Que existe o coração.

E esse bocado é que é
A verdade que está
A ser beleza eterna
Para além do que há. "

(Fernando Pessoa)

setembro 06, 2005

Prefiro pensar que não ...

As noticias dos ultimos dias mostram o que a fúria da natureza faz num abrir e fechar de olhos ... e penso no porquê de tanta destruição e sofrimento ... dou por mim a pensar que tal como diz o ditado "Deus escreve direito por linhas tortas" e começa a dar em troco à super potência todo o mal que semeia ... prefiro pensar que não... que são apenas fenómenos da natureza ... mas que dá que pensar lá isso dá ...

and he has entered the building

1:59

acordei sobressaltada. sonhei que estava a ser avaliada para as colocações do teu concurso. enfim... ;) podia dar-me para pior.

desejo-te o melhor, não só para hoje, mas também, e essencialmente, para aquilo que se inicia quando saires da tal sala. acredita que há boas pessoas no mundo, porque existem. acredita em ti e nas tuas capacidades, não só hoje, mas sempre. é isso que importa.



[e eu estarei em redor de ti, saltando e pulando, gritando e aplaudindo por ti, contigo...*]

setembro 05, 2005

Obrigado

Pois é a minha amiga linda convidou-me para escrever aqui e eu claro aceitei ... não que seja uma escritora de mão cheia como ela , mas vai se escrevendo consoante o estado de alma ... que neste momento está muito pouco inspirada ...

Por isso e para já só me resta dizer ... obrigada miga por me dares o privilégio de escrever aqui ...

a perfeição existe, III













ou o que é nacional (também) é bom.

eli

porque a partilha é cada vez mais importante nos dias que correm, este blog abriu as portas e recebe de braços abertos outra voz:

a eli.

bem-vinda amiga! :)

para ti, a quem pertencem todas as estrelas do mundo...

"Somos sombras de coisas que nos atravessam. Somos moradas transitórias de coisas fugazes e de passagem. Escrevemos os nossos nomes e ternuras em frágeis paisagens de areia, e depois um dia tudo passa. Vem o vento e leva tudo. Vem o mar e apaga tudo. Apenas as palavras resistem a esta erosão. As palavras que os livros guardam, como segredos, no fundo do coração. As palavras de ternura. As palavras que guardam todas as estrelas do mundo."

(Carlos Lopes Pires, em todas as estrelas do mundo)



[porque tens mundos e vales encantados dentro de ti. e é isso que conta para a estória da tua vida, ao final do dia, quando chegas a casa.]

setembro 03, 2005

(I) just can´t get enough

Depeche Mode, em repeat mode.



[uma casa, depois de construida, devia deitar-se abaixo para se construir outra. há pormenores que escapam na primeira construção. o mesmo se passa com a decoração da mesma. leia-se: aquisição de móveis.]

a perfeição existe, II













katrina

como é que a maior potência mundial está a viver uma situação de caos completo?
é uma vergonha, sr. Bush. não compreendo, tendo em conta que sabiam por antecedência o que ia acontecer.

setembro 01, 2005

urgente

é hoje que eu me passo de vez!

alguém me quer ensinar técnicas de voodoo? ou tortura chinesa? please, please, please.
estou extremamente necessitada. fiquem descansados que é para bem do país. acreditem.

que ninguém se lembre de atravessar o meu caminho. hoje estou mais do que fula. não tenho paciência para aturar pessoas que não têm nada para fazer e arranjam problemas onde não os há ou cuja resolução não depende desta área.

estou tão fartinha do meu trabalho de loirice crónica. logo eu que sou morena (excepção de uma pequena madeixa branca).

e depois eu é que sou hipocondríaca...

cheguei à conclusão que trabalho numa área adoentada, dado que as minhas colegas passam a vida nos médicos. por vezes, têm consultas todos os dias, numa só semana. somos cinco. sobro eu e a chefe. não acho que seja normal.

(d)o vento que passa

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não
.

(Manuel Alegre)