maio 10, 2005

ilhas

somos ilhas. cada uma diferente, com particularidades que nenhuma outra tem, ou terá em maior ou menor importância. cada uma com um tom de verde na folhagem que a cobre. cada uma a bailar nas ventanias ou nas brisas que nos tocam a pele. lugares únicos. percorridos com a ansiedade exponencial de quem descobre algo de novo. algo virgem aos nossos olhos. e viajamos entre elas, seja em barcos ou em jangadas, explorando essas pequenas terras. sentimos com as nossas mãos os cheiros. sentimos com os nossos pés o chão que caminhamos, os sentidos que seguimos nas direcções escolhidas.

somos ilhas. fixas em mares, que banham as areias e que todas as noites alcançam mais um pedaço de terra. somos ilhas. horizontes desenhados no infinito que alcançamos. solitárias. ilhas.

somos ilhas. e, no entanto, parece-me que sozinhas não têm razão de existir. talvez por isso tenham surgido os arquipélagos. conjuntos maiores ou menores de pedaços coloridos no azul do mar. ilhas, que por algo se uniram, respeitando os espaços de cada uma. pelas atracções, pelas familiaridades e também pelas diferenças. porque só assim se completam. porque só assim se tornam imensas. ilhas. uniões que, de tanto permanecerem, poderão tornar-se pequenas penínsulas. unidas por ténue linha inquebrável. que crescem continentes. talvez seja por isso que existem outras pessoas na nossa vida. relações que se constroem através de pontes que se erguem.

2 comentários:

Anónimo disse...

Que a ponte que nos une não seja de barro nem de madeira, mas de algo perene que possa fazer frente a uma qualquer chuva, a uma qualquer tempestade,a um qualquer furacão, ao sol tórrido...

Que a ponte que nos une não seja pequena, nem grande... Basta que nos una efectivamente.


Que a ponte que nos une, enalteça o nascer do sol, o arco-íris, as estrelas...

Que a ponte que nos une,nos faça esquecer dos perigos do mar e crescer em conjunto...

Um beijo especial*

L.

Margarida disse...

:)

amt