"Dois para cá, dois para lá
Já estive dois anos sem falar com um dos meus melhores amigos apenas porque achei que não devia ser sempre eu a ligar. Não nos zangámos nem nada, apenas me cansei de ser só eu a fazer o esforço. O tempo foi passando e fui-me esquecendo. A minha mãe perguntou-me por ele pouco tempo antes de morrer e não soube o que responder quando percebi que não sabia nada dele há tanto tempo. Reatámos a amizade alguns meses mais tarde, como se nada fosse e com a naturalidade de quem se tinha visto dois dias antes. As relações humanas pedem reciprocidade e devem ser alimentadas pelas duas partes. Se damos constantemente mais do que recebemos, mais tarde ou mais cedo acabamos a questionar-nos se vale a pena e se nos dão algum valor. Ou se estamos apenas demasiado disponíveis. E aí entra o orgulho, e um primeiro passo torna-se difícil. Tal como na dança, o ideal é que um avance quando o outro recua e se mantenha o equilíbrio num ritmo constante. Se avança sempre o mesmo lado, acaba-se inevitavelmente por abandonar o dance floor. Mesmo que seja do tamanho de um campo de futebol."
in Crónicas das horas perdidas.
agosto 28, 2007
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1 comentário:
assino por baixo :)
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