agosto 28, 2007

Porque este post diz tudo...

"Dois para cá, dois para lá

Já estive dois anos sem falar com um dos meus melhores amigos apenas porque achei que não devia ser sempre eu a ligar. Não nos zangámos nem nada, apenas me cansei de ser só eu a fazer o esforço. O tempo foi passando e fui-me esquecendo. A minha mãe perguntou-me por ele pouco tempo antes de morrer e não soube o que responder quando percebi que não sabia nada dele há tanto tempo. Reatámos a amizade alguns meses mais tarde, como se nada fosse e com a naturalidade de quem se tinha visto dois dias antes. As relações humanas pedem reciprocidade e devem ser alimentadas pelas duas partes. Se damos constantemente mais do que recebemos, mais tarde ou mais cedo acabamos a questionar-nos se vale a pena e se nos dão algum valor. Ou se estamos apenas demasiado disponíveis. E aí entra o orgulho, e um primeiro passo torna-se difícil. Tal como na dança, o ideal é que um avance quando o outro recua e se mantenha o equilíbrio num ritmo constante. Se avança sempre o mesmo lado, acaba-se inevitavelmente por abandonar o dance floor. Mesmo que seja do tamanho de um campo de futebol."

in Crónicas das horas perdidas.

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