maio 28, 2006

da semana

mal sabia eu que este post ia ser mesmo o último da semana, até foi em jeito de brincadeira o que lá escrevi. foi uma semana recheada em emoções e sintonias. notícias bombásticas. que não sei ainda muito bem como digerir. e aí se deve a minha ausência (esta é outra palavra que não há meio de sair do meu vocabulário, enfim...).

algumas notícias são muito boas. serão reveladas a seu tempo. agora ainda é cedo e apetece-me saboreá-las a cada minuto que passa. apenas vos digo que começo a ter medo dos sonhos que me atravessam a alma quando deito a cabeça na almofada. alguns meses depois começam a ganhar contornos de realidade, quando nada havia para indicar que eles, os sonhos, também sabem adivinhar o futuro (será que um dia chegarei a sonhar com os números do euromilhões?).

a outra notícia. péssima. na passada 6ª feira foi dia de tomar conhecimento da minha avaliação, a nível profissional. em 13 anos de labuta nunca me pautei pelo senso comum de que é ser um funcionário público. sempre trabalhei arduamente. raramente falto. mesmo que esteja doente. o ano passado até uma tendinite instalada no braço direito não me fez afastar do computador, em prol da organização. para que tudo estivesse sempre pronto a tempo e horas. gosto de ouvir dizer "a Margarida não pode ir de férias, fica tudo desorganizado e atrasado", pela boca dos clientes. a minha chefe demonstra constantemente que confia em mim. e muito. e é asim que sinto o meu esforço reconhecido, basta-me sentir nas pessoas com quem trabalho diariamente. apesar de nunca ter ouvido um "obrigado" pela organização.
na 6ª feira passada recebi a minha avaliação que, por causa do sistema de quotas inventado pela puta (desculpem mas não tem outro nome) da Manuela Ferreira Leite e companhia, pela falta de uns olhos verdes ou azuis e pela minha postura perante os big ones (não há cá graxa para ninguém), a minha chefe foi obrigada a baixar-me a nota de "Muito Bom" (a roçar o "Excelente") para um mísero "Bom". a minha chefe deu-me os papeis para eu tomar conhecimento, de lágrimas nos olhos, dizendo o quanto era injusto. e é. eu não sou apenas uma boa colaboradora. não sou. mas vou passar a ser. vou passar a ir ao café, apesar de não beber café. vou passar a ter duas e três horas de almoço. vou passar a estar muito tempo ao telefone. vou passar a andar a passear pelos vários andares, na conversa. vou deixar de despachar imediatamente aquilo que é urgente. se estiver feito está. se não estiver, paciência. porque é quem age assim que é muito bom. ou até mesmo excelente. vou ter de lutar muito contra mim própria, mas vou fazer. já que carrego nos ombros a fama de ser funcionária pública, vou passar a ter o proveito.

será que as pessoas que cometem estas (e outras) injustiças serão um dia castigadas? será que a vida delas fora das organizações (porque lá dentro estão sempre na mó de cima) é tão infeliz que as faz agir assim, sem escrúpulos, sem nada? será que sentem prazer em prejudicar os outros?

[provavelmente estou a dizer isto de raiva e amanhã já estou a socorrer qualquer problema que apareça, mas juro que vou tentar. apesar de sentir que não irei gostar de mim assim. sempre me regi pela justiça e honestidade dos e nos meus actos. mas o mundo, e particularmente Portugal, infelizmente, não é dos justos. é dos espertos.]

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