novembro 30, 2005


anoiteceu. de repente. o peso do longe surge uma vez mais.
saio para a rua. o corpo despido de ter. a alma cheia de Ser. preciso de apanhar ar, para tentar afastar esta sensação de asfixia que trago dentro de mim. levo a fé nas mãos estendidas. repletas de tudo. na procura de um nada.

pego na guitarra e penso ir fazer uma serenata à lua. na realidade, nem sei se é isso que tenho vontade. na realidade, nem sei que vontades tenho.
dedilho as cordas. intensamente. cada acorde parece ser uma descrição de ti. aquilo que os meus dedos sentem de cada vez que escorregam pelo teu peito... (ouves-me?)
páro!, tal como o pano escuro que caiu sobre o azul do dia. de repente. inspiro. expiro. e dou conta que estou perto do mar. à beira dele. é tão bonito o (teu) mar... (como é que vim aqui parar?)
acendo uma fogueira. tenho-te tão perto de mim, que assusta a distância deste medo que encerra a minha vida... (porque é que gosto tanto de aqui estar? de ser aí?)

e se... e se, de repente, este mundo se transformasse numa tela para pintarmos, que cores lhe darias? que perfume teria cada cor da palete?

apercebo-me, uma vez mais, de repente, da vontade que sei agora ter. quero abraçar a noite só para te encontrar.

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