novembro 21, 2005

Pablo Neruda

"Pequena
rosa,
rosa pequena,
às vezes,
diminuta e desnuda,
parece
que me cabes na palma
da mão,
assim vou te colher
e te levar à minha boca,
mas
de repente
meus pés tocam os teus pés e minha boca teus lábios,
cresceste,
sobem teus ombros como duas colinas,
teus peitos passeiam pelo meu peito,
meu braço mal alcança a rodear,
a delgada linha da lua nova que tem a sua cintura:
no amor como água de amor te desataste:
meço apenas os olhos mais extensos do céu
e me inclino á tua boca para beijar a terra."

1 comentário:

Anónimo disse...

... apenas me ocorre um beijo para te oferecer...*